O LUTO PELAS IRMÃS QUE NÃO CONHECI

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A Aline teve duas irmãs: a Mércia e a Márcia, e as duas morreram afogadas em um acidente quando foram à praia pela primeira vez. Tudo isso aconteceu antes da Aline nascer e, por conta disso, ela carregou uma enorme culpa ao longo da vida. 
Antes de tudo acontecer, a mãe das meninas morava no Rio Grande do Norte e decidiu se mudar com o marido para São Paulo em busca de melhores condições de vida.
Ela teve as duas primeiras filhas e após 15 anos morando em São Paulo, optou por voltar para o Rio Grande do Norte. Na época da mudança, Mércia e Márcia tinham respectivamente 14 e 11 anos.
Assim que chegaram, as irmãs pediram para irem à praia. A mãe não pôde ir, mas permitiu que as filhas fossem acompanhadas de outros familiares.
A praia era formada de muitas pedras e por falta de informação, as irmãs acabaram parando em uma área que impossibilitou a volta delas. Ao perceber o afogamento, o namorado da tia tentou salvá-las e também acabou falecendo no resgate. 
Além da dor do luto, a mãe das meninas foi consumida pela culpa, ainda mais com o marido a culpando também. Enquanto tudo isso aconteceu, ele estava em São Paulo.
Claro que tudo havia sido um acidente e não há culpados nessa história. Mas o pai da Aline não percebia que ele também não pôde ir à praia quando a tragédia aconteceu. 
As meninas partiram em novembro de 1993. Em fevereiro, a mãe descobriu que estava grávida novamente. Poucos meses depois, nasceu a Aline.
Por muitos anos, ela sentiu que sua vida servia para ocupar o vazio que as irmãs haviam deixado e isso fez com que ela carregasse uma enorme culpa. Além disso, ela diz ter tido uma infância mais restrita.
Aline só soube dos detalhes do acidente na vida adulta. Embora ela soubesse que as irmãs tinham falecido em um afogamento, ninguém na família tocava no assunto. Por conta disso, hoje, ela entende a superproteção da mãe.
A Aline só conseguiu ressignificar a culpa a partir do momento em que também se tornou mãe. Ela teve duas filhas e deu o nome de Mércia para a sua primeira filha, para homenagear a irmã que ela nunca conheceu.
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Edição: Felipe Dantas
Roteiro: Luigi Madormo
Voz da vinheta: Patrícia Rodrigues e Manu, apoiadoras na Orelo.

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