Luciano Ramos: "A prática antirracista é necessária para a paternidade negra"

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Políticas públicas são fundamentais para que um homem negro consiga exercer sua paternidade. Para que essas políticas existam, é preciso de uma mentalidade antirracista, que entenda a importância de proteger e oferecer à comunidade negra acesso à saúde e à educação.
“Esse homem negro, quando protegido, consegue paternar. Quando ele está exposto, nas grandes periferias, está exposto também à morte, porque há uma necropolítica. Se ele não tem proteção do estado, ele não se sente protegido para cuidar”, afirma o historiador Luciano Ramos, estudioso da masculinidade e da paternidade negra. É ele o entrevistado deste episódio do Podcast da Semana.
Ramos coordenou um relatório produzido pelo Instituto Promundo que mostrou os desafios dos homens negros que são pais no Brasil hoje e entre os destaques está a ideia de que eles não são afetuosos. Hoje, Ramos tem viajado por vários estados brasileiros para visitar quilombos e aprender com a experiência nessas comunidades. Uma das conclusões, segundo ele, diz que quando o homem negro tem apoio, vive numa comunidade mais solidária, quando a provisão de recursos não é o único foco, a relação com os filhos muda pra muito melhor. Mas, numa sociedade racista, isso é muito, mas muito difícil.
Ao Podcast da Semana, Ramos falou sobre o desafio de explicar para uma criança o que é o racismo e dá dicas de como e quando fazê-lo, e afirma que há uma diferença geracional positiva sobre o papel e a presença do pai que é negro, hoje mais ligado aos cuidados dos filhos em muitas situações e cenários.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Luciano Ramos: "A prática antirracista é necessária para a paternidade negra"

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José Henrique Bortoluci: "A busca da história de um pai é uma busca sobre quem nós somos"
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